Os engenheiros e designers da BMW estavam inspirados quando se reuniram para criar a segunda geração do Série 1, o importante “carro de entrada” da marca. Antes relativamente “simples” perante os demais modelos da empresa, o hatch agora é tão sofisticado quanto um Série 3 ou até o Série 5, sem exageros.
O novo Série 1 é o primeiro hatchback de uma nova safra em sua categoria, que prima pela tecnologia e uma dose extra de requinte, algo que faltava nessa classe, que inclui ainda os renovados Audi A3 e Mercedes-Benz Classe A e o estreante Volvo V40. Com uma concorrência dura como essa, a BMW não poupou esforços.
E fez bem. O lançamento, que aposenta o modelo de 2005, não tem cara de “carro de entrada”. O design é moderno, repleto de vincos e “músculos” que fazem um interessante jogo de luzes e sombra. Além disso, o Série 1 também cresceu e, por conta disso, ficou com a cabine mais espaçosa. A distância entre-eixos de 2.690 mm, por exemplo, é iguais a de sedãs. Já a capacidade do porta-malas aumentou em 30 litros e agora comporta 360 l (ou 1.200 l com os bancos traseiros rebatidos).
A parte mecânica, por sua vez, se rendeu aos “milagres” do downsizing, a onda dos motores de baixa cilindrada com desempenho de propulsores maiores do “passado”. O Série 1 é o primeiro carro da BMW equipado com o bloco 1.6 turbo e com injeção direta de combustível. Esse motor, aliás, foi desenvolvido em parceria com o grupo PSA Peugeot-Citroën, que o chama de THP e o utiliza, por exemplo, no Peugeot 3008 e o 408 Turbo, citando apenas modelos à venda no Brasil. Então é um carro alemão com motor “afrancesado”? “Esse motor é mais alemão do que francês”, explicou Celso Fogaça, diretor de produto da montadora alemã para o mercado nacional.
Ao volante
Seja ele francês ou alemão, o fato é que trata-se de um bom motor. No Série 116i, o bloco gera 136 cv e 24,4 kgfm de torque máximo ao passo que o 118i dispõe de 170 cv e 25 kgfm, disponível entre 1.500 rpm e 4.500 rpm, uma faixa bastante plana e que torna o carro mais eficiente tanto em consumo quanto em desempenho. O primeiro modelo, como comparação, tem a mesma potencia do 118i anterior, com motor 2.0 aspirado. Mas a melhor parte desse carro, em termos mecânicos, é o câmbio.
Todas as versões do novo Série 1 no Brasil vêm com a transmissão automática sequencial de 8 marchas. Mas para que tanto? Quanto mais marchas um câmbio possui, menor é o esforço exercido pelo motor em velocidades mais altas. Rodando a 100 km/h, como demonstração, o motor trabalha abaixo dos 2.000 rpm e o consumo baixa significativamente. Segundo a BMW, o modelo 118i roda em média 16,5 km por litro de gasolina consumido (13 km/l na cidade e 20 km/l na estrada).
E mesmo com tantas velocidades, a caixa automática continua rápida. São um tanto curiosas as reduções. O kick-down, a pisada dupla no acelerador, faz o câmbio ir da 8° marcha para a 2° numa fração de segundo, acompanhada pela disparada do carro. É ótimo para ultrapassagens.
Para ajudar na eficiência, o carro ainda traz recursos como Stop/Start, que desliga o motor em paradas curtas, freios regenerativos, que convertem a força das frenagens em energia extra para a bateria, e, por fim, o sistema Eco Pro, que indica ao motorista, por meio de avisos no painel, como dirigir de forma eficiente.
O comportamento dinâmico do carro é outra parte que evoluiu bastante. Embora use parte dos componentes de suspensão (com braços independentes também na traseira) da geração passada, o Série 1 2012 consegue ser confortável, com extrema maciez no amortecimento de imperfeições do solo, e rígido quando a tocada do motorista é mais esportiva. É nesta hora que começamos a nos sentir em sedãs.
Com o pé embaixo, o Série 1 mais potente vai do 0 aos 100 km/h em 7,4 segundos e alcança até 220 km/h. Agradável, não? As únicas ressalvas são a falta de borboletas no volante para trocas de marchas e um painel com desenho mais agradável, em vez de algo totalmente sóbrio e sem sal, embora incorpore ar digital e o monitor central de 6,5” de fábrica. O interior, definitivamente, não tem o mesmo ânimo visual da parte externa.
Recheio temático
O Série 1 também estreia o novo conceito da BMW chamado “Lines”, no qual o carro é personalizado e ajustado de acordo para um determinado público. A marca divide o lançamento entre as opções “Urban”, disponível na configuração 116i, e “Sport”, baseado no 118i – também é possível adquirir um 116i sem os apetrechos temáticos.
Os pacotes trazem rodas diferentes (aro 16” para o Urban e 17” para o Sport”) grades distintas, para-choques com detalhes diferentes e distinções para o interior. O Série 1 Urban custa R$ 119.220 e o Sport sai por R$ 122.900. Já o modelo “pelado” é tabelado em R$ 113.370. Caro? A geração passada do hatch custava R$ 105.000. Considerando a evolução que este BMW sofreu, esse aumento no valor saiu barato, ainda mais com o IPI extra para importados.
Fonte: iGCarros
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