quinta-feira, 1 de março de 2012

Ex-patinho feio, novo X3 é um desbunde


Lançado em 2003, o jipinho BMW X3 nunca foi uma das flores mais cheirosas do catálogo da marca alemã. Mas por quê? Oras, ele era feio. E não era pouco, coitado. O problema foi resolvido somente em 2010, com a chegada da nova geração, que parece ter tido aulas de musculação com o X5 e algumas orientações sobre estilo com o X1. O resultado é um SUV bem mais agradável visualmente, mais potente e, sobretudo, mais barato (embora ainda seja nominalmente caro) – o modelo testado pelo iG Carros, o xDrive35i, custa R$ 273.050 (antes começava em R$ 280.000, com cara feia)


Não só a reforma estética, o X3 também cresceu em tamanho e ficou praticamente com o mesmo porte da primeira geração do X5. A reelaboração do desenho, tanto interno como externo, deixou o veículo mais refinado, com uma fleuma mais “chique”. Em suma, não é mais um carro só para mocinhas e mocinhos. Madames e senhores também podem se interessar pela nova máquina germânica, principalmente a versão top 35i, que anda demais.


O “tapa” no visual deixou o X3 com mais personalidade e com uma queda para a agressividade. Não faltam vincos pela lataria, ressaltando os “músculos” da nova geração, além de mais capricho no desenho do conjunto óptico, destacado na parte frontal pelos “angels eyes” de Leds (os dois circulos luminosos em cada farol) e o formato mais interessante das lanternas. Outras alterações estão na grade em duplo rim, aumentada, e os para-choques inteiramente pintados na mesma cor da carroceria, um detalhe simples, mas de bom gosto.


Apreciando a máquina

O novo X3 é alto e largo, mas isso não impede seu ímpeto esportivo, típico dos carros da BMW desde o modelo mais sem graça (até ele tem alguma graça) às feras da linha M. Isso não se discute, se aprecia. O modelo ao qual tivemos acesso, o xDrive35i, possui o interessante motor 3.0 biturbo seis cilindros em linha, que possui um turbocompressor para baixas rotações e outro para altas, permitindo ao propulsor fluir de maneira mais estável e constante. Isso é percebido principalmente nos 40,7 kgfm de torque do jipe, que aparecem em 1.500 rpm e segume a pleno vapor até as 5.000 rpm. Ele tem força total praticamente a todo momento em que se pisa no acelerador. Já a potência máxima bate nos 306 cavalos em 5.800 rpm.

A administração de todo esse poder é função do câmbio automático de 8 marchas e com comando sequencial por borboletas no volante ou pela alavanca no console, que mais parece um joystick – esse item está presente em todos os BMW com tração integral. Essa característica também torna a condução do veículo bastante estável, além de ser adaptável. Normalmente 60% do torque vão para as rodas traseiras e os 40% restante atuam na frente, mas com o “pé embaixo” a proporção pode chegar até a 90/10.

Toda essa firmeza no asfalto é garantida pelos controles eletrônicos de tração e estabilidade, além da ajuda dos largos pneus na medida 245/50 em rodas aro 18” que até saltam parcialmente das caixas de rodas, o que só aumenta a sensação de esportividade deste X3. Segundo a marca, o X3 xDrive35i vai do 0 aos 100 km/h em apenas 5,7 segundos e atinge até 245 km/h. Outra parte boa é o consumo de gasolina, que não é tão assustador: 8,9 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada, com uma média de 11,2 km/l, o que está de bom tamanho para uma máquina de 1.805 kg (vazio).

Já na terra essa desenvoltura toda é recatada e a culpa é dos pneus “lisos” demais para fazer o veículo “escalar paredes”, embora ele tenha torque e potência suficiente para isso, sem falar nos bons ângulos de ataque e saída, em 25,7° e 22,6°, respectivamente. Essas medidas são o que determinam se o veículo vai raspar no chão ou não em começos de subidas íngremes ou no final de rampas acentuadas. E, convenhamos, dói no coração ralar os para-choques do X3 (o novo, que fique bem claro).

Vida (boa) a bordo

O conforto que o novo X3 oferece realmente nos faz pensar se realmente vale a pena comprar o “trambolhão” X5, que começa em R$ 299.550. Há espaço de sobra tanto para os ocupantes como para bagagem no porta-malas, capaz de comportar 550 litros. O nível de itens que o veículo já traz de série novamente nos leva a mesma questão: X3 completo ou X5 "pé-de-boi"?

Se optar pela primeira veja o que terá para seu deleite. O X3 xDrive35i traz o iDrive, o completo sistema de entretenimento que inclui aparelho de som (CD, MP3, DVD e iPod), televisão (a imagem só aparece com o veículo parado), GPS e até o manual do veículo digitalizado e disponível a todo momento, caso queira saber a função de determinado botão.

O “pacotão” de equipamentos inclui ainda teto solar panorâmico, bancos que aquecem ou esfriam, ajuste elétrico dos assentos do motorista e passageiro e um interessante sistema de câmeras que auxiliam na hora de estacionar. São três imagens: uma da traseira e uma de cada lateral, proveniente de câmeras instaladas nos retrovisores. Só falta uma geladeirinha, algo que pode parecer supérfluo, mas que é totalmente concebível a bordo de um carrão desses.

Resumindo, o X3 deixou de ser o patinho feio da BMW e se tornou uma máquina de alto padrão que não deve em nada para os demais carros da marca alemã, seja no visual, equipamentos ou desempenho, embora andar na terra não seja uma de suas virtudes. Mas será que alguém realmente pensa em sujá-lo de terra e lama?
Fonte: iGCarros

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